Esporte

Mais uma vez, Vinícius Júnior sofre racismo na La Liga

Publicado dia 22/05/2023 às 07h57min | Atualizado dia 04/07/2023 às 10h15min
Durante jogo contra o Valencia, Vini ouviu cantos racista da torcida adversária, pediu para o árbitro parar a partida, mas acabou sendo expulso
Foto: José Jordan/AFP

O atacante do Real Madrid, Vinícius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo durante jogo da La Liga, principal competição espanhola de futebol. Durante a partida contra o Valencia, Vini ouviu gritos de Mono, que em espanhol significa "macaco". O jogador voltou-se ao árbitro pedindo para que a partida fosse paralisada para identificação dos racistas. Vini, inclusive chegou a apontar para um dos homens responsáveis pelo insulto.

Cerca de 10 minutos após o início dos insultos, o árbitro paralisou a partida, pois os torcedores repetiam os gestos. O jogo foi interrompido por aproximadamente cinco minutos e foi necessário que o locutor do estádio pedisse para que os torcedores parassem, pois a partida poderia ser encerrada. 

Vinícius começou a discutir com torcedores do Valencia, Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, o chamou no banco e pediu para que ele se acalmasse. Houve uma confusão generalizada e Vini acabou sendo expulso. Após a expulsão, o árbitro reiniciou a partida.

Vini deixou o gramado enfurecido e chateado e se pronunciou em suas redes sociais. Ele postou em sua conta no Twitter:

"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui".

O presidente da La Liga, Javier Tebas respondeu ao jogador: "Já que aqueles que deveriam não te explicam o que é que LaLiga pode fazer nos casos de racismo, tentamos nos explicar, mas você não se apresentou em nenhuma das datas acordadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e injuriar LaLiga, é necessário que você se informe adequadamente, Vini Jr".

Vini, por sua vez, rebateu o mandatário.

"Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da La Liga aparece nas redes sociais para me atacar. Por mais que você fale e finja não ler, a imagem do seu campeonato está abalada. Omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo. Quero ações e punições. Hashtag não me comove".

 

A repercussão do caso foi imediata e diversos jogadores, ex-jogadores, clubes de futebol e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mostraram apoio e prestaram solidariedade à Vini. 

O jogador declarou que "vai até o fim contra os racistas mesmo que de longe". Esta frase deixa incerto sua permanência no Real Madrid após o ocorrido.

 

Por Franklin Carvalho

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